Prezados amigos capoeiristas é com o maior orgulho que vamos realizar, no Rio de Janeiro, a primeira noite de autógrafos da Coleção Capoeira Viva, com o lançamento dos livros dos nossos parceiros Izabel e Bernardo. Acreditamos que seja a primeira coleção exclusivamente dedicada à capoeira e desejamos que tenha vida longa. Segue o convite, para quem está no Rio, e o release, para quem quiser saber um pouco mais. Os livros estão à venda nas livrarias, mas o legal é reunir a galera na roda. Esperamos vocês. Abraços, Raquel Silva
Coleção Capoeira Viva
Volume 1 – A Capoeira no Rio de Janeiro 1890 – 1950 – Izabel Ferreira
Volume 2 – A Arte da Negociação: a Capoeira como Navegação Social – Bernardo Conde
Exatos cinco meses depois de ter sido oficialmente declarada patrimônio cultural brasileiro, chegam às livrarias os volumes de estréia da Coleção Capoeira Viva, a primeira exclusivamente dedicada à publicação de livros sobre capoeira.
Marcada pelo estigma da marginalidade por mais de um século, a capoeira sempre foi tema de investigação nos círculos acadêmicos brasileiros e internacionais, especialmente no Rio e em Salvador, cidades que disputam sua maternidade. Entretanto, muito pouco disso chegou ao grande público.
A Coleção Capoeira Viva é composta por uma série de livros histórico-etnográficos adaptados de teses e dissertações acadêmicas. Foi criada com o intuito de tirar das prateleiras das bibliotecas da academia textos resultantes de relevantes pesquisas sobre o tema e dar acesso a importantes estudos que, ao abordarem a capoeira, suscitam questões que remontam aos primórdios da gênese da cultura brasileira.
“Jogo, luta, cultura, dança, esporte, brincadeira, instrumento de socialização... Muito se fala da capoeira, mas pouco se compreende. A Coleção Capoeira Viva tem a intenção de quebrar paradigmas e trazer a público a riqueza e as nuances desta manisfestação cultural, tão próxima de seus praticantes e admiradores e tão distante da maior parte da sociedade brasileira”, declara a jornalista Raquel Silva, diretora da coleção.
O primeiro volume, A capoeira no Rio de Janeiro 1890 – 1950, de Izabel Ferreira, aborda um período, entre o fim da República e meados do século XX, no qual a memória da capoeira carioca foi gradativamente apagada. Segundo a autora, isso se deve fundamentalmente ao fato de que com a implantação da República e o projeto de nação brasileira, a capoeira escrava lembrava a vergonha que foi o modelo escravagista praticado no país até então. A partir do início da década de 1940 a capoeira começou a se revestir com uma imagem mais adequada ao idéário nacionalista da época, ou seja, como arte genuinamente brasileira ou como luta nacional.
“Acredito que a análise da capoeira praticada no Rio de Janeiro neste período será útil à compreensão da capoeira que se faz contemporaneamente. Trata-se de entender a cosmologia construída ao longo das últimas décadas, incorporada ao imaginário dos capoeiristas, e que, nos dias atuais, se descortina em uma multiplicidade de discursos, de práticas e em uma rede de difusão que cobre quase todo o planeta”, declara a autora Izabel Ferreira, mestre em Ciências Sociais e especialista em Sociologia Urbana.
No livro 2, A arte da negociação – A Capoeira como Navegação Social, o autor, Bernardo Conde, a partir de sua própria experiência, se debruça sobre a formação da identidade do capoeirista. Com uma cuidadosa análise que inclui o universo cultural que circunda a capoeira – samba, samba-de-roda, maculelê, candombé, malícia, mandinga etc. – o autor traça o panorama de um mundo à parte, cuja porta de entrada é a prática de um jogo em que não há nenhuma regra fixa e o oponente não é adversário e sim companheiro. Uma viagem fascinante, em que o leitor haole[1], é conduzido por um local e, depois de uma breve passagem por concepções históricas da capoeira é apresentado a um universo muito particular, que vai se constituindo desde a dinâmica de iniciação de um discípulo até a incorporação do ethos da capoeira, que indica um modo de agir e pensar no qual o jogo da capoeira é transportado para a vida.
“Procurei, por intemédio da observação participativa e da depuração de fatos e situações vividas ao longo de minha trajetária, (re) interpretar comportamentos e ações que apontam para este possível ethos da capoeira. Num segundo momento tento estabelecer como o saber do jogo é acionado em diversos espaços sociais e como o cotidiano é traduzido pela ótica da roda de capoeira”, adianta Bernado Conde, professor universitário e doutorando em Ciências Sociais.
Coleção Capoeira Viva
Volume 1 – A Capoeira no Rio de Janeiro 1890 – 1950 – Izabel Ferreira – 134 páginas –
ISBN 978-85-60284-10-8
Volume 2 – A Arte da Negociação: a Capoeira como Navegação Social – Bernardo Conde –138 pags – ISBN 978-85-60284-09-2
Direção: Raquel Martins Silva
LANÇAMENTO COM NOITE DE AUTÓGRAFOS, EXIBIÇÃO E RODA DE CAPOEIRA
Quarta-feira, 17 de dezembro às 19h
Planetário da Gávea – Rua Padre Leonel Franca 240 - Gávea
Astro Bar – 100 lugares sentados + balcão
Estacionamento no local: R$ 5,00 até as 19h59 e R$ 10 a partir das 20h
Preço sugerido por exemplar: R$ 25,00
Preço especial na noite de lançamento: 1 exemplar R$ 20,00 – 2 exemplares R$ 25,00
Editora Novas Idéias
http://www.2ab.com.br – catálogo Novas Idéias
Informações para a imprensa: Raquel Silva – 21 2274-7924 9965-3433
Sobre os autores:
Izabel Ferreira é cientista social, pós-graduada em Sociologia Urbana e Mestre em Antropologia Visual pelo PPCIS-UERJ. Professora de Sociologia da Universidade Gama Filho, entre 2000 e 2001. Desde 1998 realiza pesquisas históricas e iconográficas para exposições de arte, entre elas: “Flávio de Carvalho - 100 anos de um revolucionário romântico”; “Ismael Nery - a poética de um mito”; “Pancetti - o Marinheiro Só”; “No Tempo dos Modernistas - D. Olivia Penteado, a senhora das artes”; “Traço Humor & Cia”; “O Preço da Sedução - do espartilho ao silicone”; “Mary Vieira - o tempo do movimento”; “Homo Ludens - do faz de conta à vertigem”; “O Olhar Modernista de JK”, “O'Brasil - da terra encantada à aldeia global”, “Di Cavalcanti - um perfeito carioca”, Nippon, Galeria de Valores, entre outras.
Bernardo Velloso Conde é doutorando em Ciência Sociais pela UERJ, professor do departamento de Sociologia da PUC-RJ e professor de Antropologia Cultural na Univercidade. Desde 1982, quando ingressou no universo da capoeira, vem produzindo trabalhos que resultaram na publicação de diversos artigos sobre o tema. Atualmente pesquisa sobre a difusão da capoeira na Europa.
Raquel Martins Silva é jornalista, Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pelo CPDOC/FGV. Trabalha, desde 1979, como produtora cultural. Atua em diversas áreas da comunicação, particularmente assessoria de imprensa, edição e produção de livros de arte e fotografia. Foi responsável pela coordenação editorial do livro Ismael Nery, que em 2005 recebeu o Prêmio ExcelênciaGráfica Werner Klatt. Escreveu o Guia da Copa França 1998. É coordenadora da Coleção Capoeira Viva, patrocinada pelo Minc, que publica ensaios acadêmicos sobre o tema. Uma das criadoras do Fundo Ângela Borba de Recursos para Mulheres, é verbete do livro Mulheres Negras do Brasil, que lista as mulheres negras que se destacaram em suas áreas ao longo da historiografia brasileira.